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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sobre a prova da Câmara

O concurso para o cargo de analista da Câmara dos Deputados, que foi realizado pelo Cespe, decepcionou a grande maioria dos candidatos. Os motivos seriam: prova objetiva desequilibrada, com peso muito grande em disciplinas menos importantes (informática, idiomas e conhecimentos gerais); nível de dificuldade muito baixo na parte de constitucional, administrativo e conhecimentos específicos; ausência de questões sobre a Resolução n. 1/2002; prova discursiva mal elaborada, com erros grosseiros nos comandos e ênfase em assuntos pouco relevantes para a atividade.

É lamentável que o Cespe tenha feito uma prova tão ruim. Em provas assim o fator sorte acaba contando muito, pois os candidatos são nivelados por baixo. Isso reforça a necessidade de aprovação de uma lei que regulamente os concursos públicos. Um dos pontos importantes seria o edital indicar o número de questões de cada disciplina, o que é muito relevante no planejamento dos estudos.

10 comentários:

  1. Guto,

    Eu utilizei todo o meu tempo, meus recursos e meu coração na preparação para este concurso.
    Segui textualmente os orientações dos profissionais, como você, a respeito da preparação. Fiz inúmeras discursivas tentando emular os assuntos possíveis, tanto de Processo Legislativo (regimental e constitucional), quanto de Ciência Política. Foram mais de 400 páginas de doutrinas/jurisprudências, fora que li três livros só de Processo Legislativo, o livro do Curso de RICD da Câmara e fiz mais de 5.000 exercícios. Enfim, estou triste, enojado e impressionado com o CESPE. O nivelamento será por baixo, quem se dedicou muito ao RICD e à Ciência Política não teve nenhuma vantagem competitiva para quem leu o mesmo 1 ou 2x.

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  2. Mesma coisa no concurso do Senado, cheio de falcatruas, irregularidades e até agora nada foi feito. Quando vi o concurso da Câmara,imediatamente tomei a decisão de não perder mais tempo na vida andando atrás desse tipo de concurso. E foi a melhor coisa que fiz ! Agora, vejo os relatos aqui e ali mostrando algo que eu já esperava : as bancas abusando dos candidatos, avacalhando o processo. Estou muito satisfeito em não ter investido um único centavo neste concurso.

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  3. Não entendo certos "concurseiros". O fator sorte é contingente, independente do cenário. Ou seja, seja a prova difícil ou fácil, aquele que contar com a sorte (e se essa lhe for apraz) terá sucesso em todos os casos possíveis.
    Agora, se você estudara muito para este certame, seria correto dizer que uma prova fácil prejudicaria sua atuação? Será que o primeiro colocado (isto é, um daqueles candidatos excepcionais) não garantira sua vaga? Ora, eram mais de 100 vagas!!!
    Alguém poderia me acusar de tomar a exceção pela regra. Pois bem, mudemos a questão. Será que o candidato que irá ocupar a última vaga (a centésima vaga, digamos) não estaria em condições de disputar tal vaga? Ele por acaso não teria estudado muito, também?
    Como disse antes, se levarmos em conta somente a sorte, ela estará presente em todos os casos possíveis (provas fáceis ou difíceis).
    Assim, amigos, falar que uma prova fácil prejudica quem estudou é uma grande falácia; diria eu: é dar um tiro no próprio pé! É dizer para mim mesmo: não vale a pena estudar (cursinhos, livros, professores....), pois pode ocorrer de a prova ser fácil.
    Uma última pergunta reflexiva: se um desses professores de alto nível (os chamados "concurseiros de carteirinha"), se um desses fizer seja uma prova fácil seja uma prova difícil, isso impediria sua classificação dentre as vagas?
    Quem estudou bem, está dentro.
    Abraços,

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    1. Amigo, respeitosamente, pelo que já aprendi do mundo dos concursos, provas de baixo nível prejudicam sim os candidatos mais preparados. O fator sorte normalmente já tem algum peso. Quando a prova é desequilibrada e mal elaborada, a sorte pesa mais. Não vou aqui tentar fazer demonstração, criar argumentos mirabolantes para explicar o porquê disso. Isso simplesmente é o que tenho verificado ao longo da minha vida no mundo dos concursos e depois de ter feito dezenas de provas. De certa forma concordo com você. Os candidatos mais preparados sempre têm maiores chances. Assim, a tendência é que os mais bem preparados fiquem nas primeiras posições. Mas para quem fica mais atrás na classificação, pequenos detalhes podem fazer a diferença e, por azar, um candidato até bem preparado pode "bater na trave", e outro, não tão bem preparado pode ter sorte e ser classificado. Quando a prova é bem elaborada, bem dosada quanto ao nível de dificuldade, com uma prova dissertativa honesta e com temas relevantes, a diferenciação entre os candidatos acaba sendo mais exata e o resultado melhor.

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  4. Uma visão de concurseiro. Pelo perfil de provas do Cespe, pensei q eles iriam privilegiar Constitucional e Administrativo na prova básica. Infelizmente, não o fizeram. Colocaram algumas questões ridículas. Logo não fazia diferença ter estudado o volumoso conteúdo dessas matérias.

    Um fator relevante é citarmos a prova de Engenheiro da Câmara deste ano. A prova básica privilegiou Dir. Const. e Adm. Foram 40 questões dessas matérias.

    Sobre a prova específica, o examinador se concentrou em partes irrelevantes do conteúdo. Todos pensaram q eles iriam investir em processo legislativo e RICD. Fizeram o oposto. Colocaram questões ridículas e em menor número dessas matérias. Privilegiaram RCCN em detrimento do próprio RICD!!!

    Sinceramente, não sei o q vai acontecer, pois a distribuição dos coneteúdos colocou em pé de igualdade o candidato mais preparado com o candidato q nem pegou nos livros.

    São 27.000 candidatos, 1.100 redações a serem corrigidas, a Câmara deve chamar ao longo desses 4 anos uns 250 candidatos no mínimo. Tudo pode acontecer. Não tenho a mínima noção do q está por vir.

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  5. Professor, lendo o segundo item da segunda prova discursiva, terias algum palpite no que concerne aos argumentos que estarão no espelho do examinador? Acho que essa questão,valendo mais de 50 pontos, terá o condão de definir a classificação. Concordam??

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  7. Guto, pode nos esclarecer a respeito do item da primeira questão discursiva que pedia o quórum de instalação de cada uma das reuniões preparatórias? Não consta do RICD o quórum de "instalação" de nenhuma delas! O candidato teria que responder de forma intuitiva? Porque sabemos que se não é exigido quórum, o RICD é expresso ao dizer, como no caso de sessões solenes. E de mesma forma o que conhecemos é o quórum necessário para "eleição" da Mesa, e não de "instalação" da reunião. O fato de a questão ter pedido no enunciado pra que o texto fosse fundamentado na CF e no RICD, e no enunciado ter sido utilizado o termo "reuniões" preparatórias, que na verdade é termo empregado pelo RISF e não pelo RICD, não seria uma grande incorreção e motivo pra invalidar o enunciado? Ora, o RICD é expresso ao conceituar a tal como "sessão" preparatória. Apesar de ser uma diferença entre denominações pra um mesmo tipo de trabalho, trata-se de denominações formais. E a segunda questão? Envio de projeto de lei orçamentária à Câmara dos Deputados??? Difícil entender que um erro no enunciado não invalida uma questão, mas um erro na resposta, sim. Será a aplicação do princípio da supremacia da administração???

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  9. Professor, como sua experiência e com mais de mil notas postadas no ranking do superconcurseiros, já seria possível estabelecer um corte mais ou menos preciso para se quedar entre os 100 e entre os 1000? Há pessoas falando em um corte muito brando, em torno dos 156 pontos. Será?

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